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Marcelo Simões, Fred Kyrillos e Jeff Campacci |
Reportagem muito legal feita para o site MotoX com os pilotos da equipe Ipiranga que estão brilhando no freestyle!
Sem tirar os olhos das competições nacionais, a equipe se prepara para enfrentar cada vez mais desafios fora do país e relembra o começo de carreira na modalidade.
O foco dos pilotos Fred Kyrillos, Jeff Campacci e Marcelo Simões não é a terra, mas o céu. Os três atletas do Estado de São Paulo compõem a Equipe Ipiranga, que participa de competições de motocross freestyle e leva a modalidade aos quatro cantos do Brasil. O time se reuniu com o MotoX em uma tarde na cidade de Campinas, interior paulista, e adiantou que a ambição é representar a bandeira verde e amarela em disputas internacionais.
O local do encontro foi a pista de Campacci, o caçula da equipe, localizada no Hotel Fazenda Solar das Andorinhas, onde a junção de três dos melhores pilotos do cenário nacional frequentemente se reúne para treinar e ensaiar novas manobras. Com o objetivo de melhorar os resultados nas disputas brasileiras, a equipe tenta restringir os shows em eventos paralelos a quinze por ano.
Mas ninguém esconde o desejo de competir fora do país. "Claro, o foco principal é participar de campeonatos. Quero fazer o brasileiro, mas também quero tentar algumas etapas de eventos fora do Brasil, como o mundial", explicou Simões. "Basicamente, é isso, evoluir bastante para conseguir andar lá fora".
Em 2012, por empate técnico, o título do Campeonato Brasileiro de Motocross Freestyle ficou nas mãos de Simões e Kyrillos, que no último ano venceu a temporada invicto e conquistou o bicampeonato. O paulistano que coordena o time já soma duas décadas sobre duas rodas. "Eu ando de moto há 21 anos. Comecei com sete, agora tenho 28. No freestyle, estou há 11 anos", conta Kyrillos.
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Fred Kyrillos |
A entrada na modalidade veio por meio de um dos nomes de destaque do esporte: "No começo eu andava só por diversão, me envolvi no motocross com 11 anos. Quando tinha 17 anos, conheci um grande amigo, que é uma pena que tenha falecido, o Dracena (um dos precurssores do freestyle motocross no Brasil). Ele me levou pra começar a saltar as rampas e depois daquilo eu nunca mais parei", relembra Kyrillos.
Comum entre os pilotos da modalidade, Simões também compartilha o início nas pistas de motocross. A vontade de subir nas motos surgiu em 2000 ao ver um dos primeiros campeonatos de freestyle. "Acabei comprando uma moto de trilha e aprendi a andar de moto já nas trilhas. Então comecei a fazer motocross, mas nunca imaginei que seria um piloto de freestyle", contou vice-campeão brasileiro na modalidade. Competindo durante quatro anos no motocross, o atleta revela como era a preparação: "Nos treinos, eu cortava a pista e ficava só saltando, tentando tirar uma mão, um pé e tal".
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Jeff Campacci |
Há seis anos no esporte, Campacci, diferentemente, já estreou em busca de ser um piloto de freestyle. "Desde que eu aprendi a andar de moto, fui direto pra modalidade. Ao contrário de todos os pilotos, não passei pela fase do motocross. Como gostava muito das manobras e desconhecia muito também, eu fui direto, sem passar pela etapa principal para aprender a andar de moto. Então tive alguns tombos no caminho pra aprender", revelou o atleta de 25 anos.
Superadas as quedas, hoje Campacci é só sorrisos ao falar do freestyle. "Acho que o mais bacana de tudo isso, são as manobras, a adrenalina, a energia e a conexão que tem com os fãs", avalia. "A gente sempre passa batendo a mão na galera. E quanto mais o público agita nos shows, nos nossos eventos, mais manobras queremos fazer", conta.
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Marcelo Simões |
A equipe que hoje figura entre as melhores do país se prepara diariamente para crescer no esporte e mostra que os treinos vão muito além de apenas subir na moto e praticar. Desde o tipo de terreno até o aspecto psicológico, nada fica da fora na busca do melhor preparo.
Fred Kyrillos explica melhor: "Meus treinos são sempre na terra. Só usei a piscina de espuma para aprender o backflip. As outras manobras de vôo aprendi direto na terra. É uma outra linha de aprendizagem e foi essa que escolhi". A decisão é baseada para desde os treinos o piloto também desenvolver a capacidade de lidar com imprevistos durante os saltos. E considerando a saúde psicológica tão importante quando o preparo físico, dedicar um tempo a leituras sobre o assunto faz parte da rotina do campeão brasileiro de freestyle.
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Fred Kyrillos |
Na preparação, a equipe também não mede esforços de alcançar o melhor: viagens para a Califórnia, "a meca do freestyle". Os pilotos veem o intercâmbio de ideias com os estrangeiros uma oportunidade importante de ter um parâmetro do que é preciso melhorar para subir a níveis mais altos de pilotagem. No roteiro, estavam incluídas pistas Millestone, Pala Raceway, Reche Canyon, na casa do Jimmy Fitzpatrick e também o centro de treinamento da Metal Mulisha, primeira pista da modalidade no mundo.
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Marcelo Simões |
Conhecer o cenário do esporte nos Estados Unidos também revelam as divergências que dificultam a vida de muitos praticantes no Brasil. "Acredito que existe uma diferença cultural muito grande em relação ao esporte off-road em geral e o freestyle, assim como o motocross, sofre com isso. O preço de nossas motos e equipamentos aqui com certeza atrapalham o desenvolvimento do esporte, limitando o número de possíveis pilotos e fazendo com que a competitividade fique menor", reconhece Kyrillos.
Os frutos da dedicação do trio já apareceram ao longo do ano. No mês de março, Kyrillos foi o terceiro colocado no Farm Jam, competição de FMX, BMX e Mountain Bike na Nova Zelândia. Estreante na competição, o brasileiro conquistou um lugar de destaque no evento, ao finalizar com pódio.
"Acho que a gente chegou num estágio no freestyle nacional, que os pilotos, não só da equipe Ipiranga, mas os pilotos brasileiros em geral estão com uma qualidade muito boa e está na hora de por as caras lá fora", reconhece Kyrillos. A confirmação da frase do paulista vem com o exemplo de Marcelo Simões, primeiro lugar na disputa do Best Whip no Freestyle das Nações 2014 em Gelsenkirchen, na Alemanha, durante o mês de junho.
E apesar da rotina corrida entre treinos, compromissos e viagens, o time não esconde a satisfação de fazer da paixão pelo freestyle o trabalho. Nas palavras de Campacci, "voar é uma sensação indescritível".
Confira abaixo mais imagens desse dia de treinos:
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