quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O passado e o futuro do Motocross





Fonte: Redação MotoX.com.br: Eduardo Erbs - Fotos: Simon Cudby / Matt Rice / Promotocross.com

Parece que foi ontem que eu tive mais uma vez aquela sensação quase "natalina" de Anaheim 1. Também parece que foi ontem que eu estava me preparando para ir cobrir a abertura do Lucas Oil AMA Motocross em Glen Helen. Mas, em um piscar de olhos, os dois campeonatos já se foram e todos agora estão de olhos abertos para o Motocross das Nações, o Monster Energy Cup, as equipes com novas caras e, é claro, Anaheim 1, quando tudo começa a se repetir.

Ken Roczen
Ao final das contas, o alemão Ken Roczen levou a melhor, depois de, indiscutivelmente, ser o mais completo piloto da categoria. Mesmo que tenha passado por alguns finais de semana difíceis, ele conseguiu controlar os dias "ruins" melhor do que Ryan Dungey, tendo como pior resultado a quarta colocação. Além disso, os vídeos que Roczen postou no Instagram durante a temporada, treinando em dias pesados e chuvosos na Flórida, acabaram se tornando uma arma extremamente efetiva, que acabou sendo usada no ponto culminante do campeonato, o lamaçal em Indiana.

Jeremy Martin
É claro que eu não posso deixar de comentar sobre Jeremy Martin. O piloto do estado de Minesotta não surpreendeu simplesmente em termos de pilotagem, mas pela maturidade e comportamento, tanto dentro como fora das pistas, o que foi algo excepcional. Ele teve também algumas baterias não tão fenomenais, porém, todas dentro do top 10, enquanto as más baterias de sua competição (Baggett e Webb) se traduziram em DNFs, com suas motocicletas avariadas, dando a plena vantagem para Martin vencer o campeonato com antecedência, logo depois da primeira bateria em Indiana.




O que também não dá para deixar passar, seriam os comentários sobre as pistas, pois ambas foram afetadas pelas chuvas na noite anterior do evento. Sobre Indiana, até na sexta-feira, quando são realizados os primeiros treinos, feitos para a promoção do evento para a imprensa local, a primeira impressão do circuito foi excelente, com gramado e árvores em volta, um traçado com um ótimo fluxo, e grandes voos, que fariam a alegria do público, porém, tudo isso foi devastado por um temporal, que durou até poucas horas antes do início, e acabou estragando a estreia do evento que encerra a temporada 2015.

Já em Utah, Marc Peters até tentou melhorar o evento que teve estreia no ano passado, mas mesmo localizado em uma região semidesértica, as chuvas castigaram a pista na noite anterior, dando muito trabalho para a sua equipe antes da bandeira verde subir para os primeiros treinos. Mesmo que as condições da pista tivessem melhorado bastante durante todo o dia, a pista do Miller Motorsports Park, em Utah, não me dá a mínima vontade de tirar a minha moto de dentro da garagem.

Alguns outros nomes valem a pena serem lembrados por suas campanhas em 2014

1 - Em primeiro lugar, acho que vale a pena lembrar das duas "cinderelas" da temporada. Weston Peicke Fredrik Noren fecharam o campeonato dentro dos top 10, à frente de nomes como Chad Reed e Justin Brayton. Rumores indicam que Weston Peick alinhará no gate pela JGR Yamaha ao lado de Justin Barcia.

Fredrik Noren
2 - Brett Metcalf e Andrew Short são outros pilotos que tiverem suas dificuldades durante a temporada, sejam elas por problemas musculares ou muito azar, respectivamente, mas os dois veteranos se tornavam cada vez mais sólidos com o passar do campeonato, acabando na quarta e sexta posições.

Bret Metcalfe
3 - Trey Canard acabou o campeonato na terceira colocação, com quatro baterias vencidas e uma prova dominante em Utah, tirando um jejum de quatro anos sem vitória no motocross. Ainda acho que o piloto foi um tanto injustificado por nao ser chamado para o time americano do Motocross das Nações. Vale a pena salientar que uma das principais razões para três últimas excelentes perfomances do piloto, foi a decisão do time de trocar a suspensão Showa pela Kayaba, mesmo que a Honda seja proprietária de uma boa parte da Showa no Japão.

4 - Algumas flores demoram a desabrochar e, aparentemente, alguns pilotos de motocross também.Marvin Musquin e Joey Savatgy se recuperaram de algumas lesões do início do campeonato para fazerem provas de destaque mais para o final da temporada, com Marvin saindo vitorioso de duas, e Savatgy conquistando o primeiro pódio de sua carreira em Indiana.

O post não acabou...

5 - Só de passagem: Ryan Sipes e Christian Craig tiraram uns dias de folga de suas "aposentadorias" para voltar aos circuitos profissionais. Ambos os pilotos surpreenderam estando constantemente dentro dos top 10, com destaque para a terceira colocação de Sipes em uma das baterias em Indiana.

Chris Alldredge
6 - Os rookies: Alguns pilotos foram graduados recentemente para o circuito profissional. Dentre os nomes mais promissores, quero destacar primeiramente Chris Alldredge, da Pro Circuit Kawasaki, que esteve constatntemente durante os top 10 e, é claro, RJ Hampshire, o mais condecorado piloto amador de 2014.

7 - The imports: O Estados Unidos são sempre considerados uma das potências do motocross mundial, porém, a cada ano que passa, o cenário americano vem sendo cada vez mais invadido pela presença de estrangeiros. Este ano, um piloto alemão levou a melhor em terras Yankees, na categoria principal, e na categoria de baixa cilindrada um quarto das provas disputadas foram vencidas pelos veteranos francesesMarvin Musquin e Christophe Pourcel.

Silly Season:



O futuro de Ryan Villopoto é a grande questão no momento



Vamos lá, mais uma vez vamos falar do futuro de Ryan Villopoto, que claramente, em suas mídias sociais tem revelado a todos que ainda não está apto a treinar com motocicleta, e que sua vida nos últimos meses tem se dividido entre obrigações contratuais e seus hobbies preferidos, a pescaria e os carrinhos de controle remoto. O que eu tenho a escrever sobre o futuro do piloto nesta coluna é que, neste momento, acredito que minhas antigas previsões estavam erradas. Mesmo sem Aldon Baker, ele está voltando a treinar com bicicleta e na academia, e se estivesse pronto pra se aposentar, não estaria tendo que treinar. A este ponto, tudo indica que Villopoto está de malas prontas e contrato assinado para os GPs no próximo ano, principalmente pelo fato de que a Monster Energy Kawasaki, teoricamente já tem dois pilotos confirmados para a próxima temporada (mais sobre isso adiante).

James Stewart é outro piloto que também tem futuro um tanto incerto, devido ao problema com substâncias proibidas no teste de urina realizado após a prova do Seattle Supercross. Seu contrato com a Yoshimura Suzuki se estende até o final da próxima temporada, e ele declarou via Instagram que estará no gate de largada em 2015, porém, pelo que eu saiba, James está gastando uma nota preta para ter a suspensão aplicada pela WADA revogada, mas até então, nada está 100% certo.

Os times:

Factory Red Bull KTM deve contar com Ryan Dungey e Dean Wilson nas 450cc. Marvin Musquin brigará mais uma vez pelo título nas 250cc e Justin Hill deve reforçar o time para 2015.

Monster Energy Kawasaki: Davi Millsaps deve comandar o time, tentando preencher o vazio de Villopoto e, depois de nomes como Tomac, Pourcell e Metcalf serem cotados para a segunda vaga na equipe, Will Hahn deve tomar a vaga de Jake Weimer em 2015.

JGR Yamaha: Justin Barcia está confirmado na equipe que defende a Yamaha nas 450cc. O californiano Weston Peick deverá alinhar ao lado dele no ano que vem.

American Honda: O time fez o "holeshot" nesta silly, confirmando que Trey Canard e Cole Seely devem representar a equipe pelos próximos anos.

Troy Lee Designs: O time baseado em Corona, aqui na Califórnia, prestou uma homenagem à Honda esta semana pelos 11 anos de parceria.

Rockstar Energy Husqvarna: Como já anunciando em maio deste ano, Jason Anderson sobe de categoria e representa as cores da fábrica em 2015. Dentre as 250cc, Zack Osborne e Martin Davalos estariam já confirmados para o ano que vem, e Joey Savatgy poderia continuar no time devido à excelente performance no final desta temporada. Há também rumores que o time poderia ter outro piloto ao lado de Anderson nas 450cc, e Jake Weimer seria o nome mais cotado para a vaga.

BTO KTM: Andrew Short mais uma vez será o piloto principal do time, desta vez com o também veterano Justin Brayton a seu lado.

Pro Circuit Kawasaki: Enquanto alguns times buscam a experiência de alguns veteranos, o time de Micth Payton terá algumas caras novas no ano que vem, com a partida de Wilson, Durham, Hill e, possivelmente, Bagget. Pelo que sei, até o momento Adam Cianciarulo, Chris Alldredge e Arnaud Tonus estão confirmados.

RCH Suzuki:
O time de Ricky Carmichael e Carey Hart já tem um número "1" por antecipação com a migração de Ken Roczen para a equipe. A almejada vaga de segundo piloto ainda não foi anunciada, no entanto, poderá ficar com Broc Tickle.

O vencedor do GP Brasil MX2, Arnaud Tonus, muda para os EUA em 2015

Vale a pena salientar que algumas das informações acima ainda não estão 100% concretizadas e tudo pode acontecer. Há ainda várias peças no quebra-cabeça que ainda não foram encaixadas, assim como uma possível nova equipe chefiada por Larry Brooks, e o futuro de nomes como Bagget, Noreen, Grant, Metcalfe e Weimer.

Ainda entre outras curiosidades, rumores indicam que depois da tentativa frustrada de Mike Alessi em dominar o motocross canadense, o piloto estaria procurando por uma vaga na Europa para disputar os GPs. Além disso, algumas pessoas vêm falando de uma possivel parceria entre Aldon Baker e Ryan Dungey.

Para não passar batido nos GPs, sei que há um tanto de barulho acontecendo pelo fato de Jeffrey Herlings estar na lista dos pilotos inscritos para o Brasil, mas um amigo que tem ligação direta com o piloto me garantiu que ele irá largar no México para defender o campeonato mundial.

Tyla Rattray

Depois de Tyla Rattray quebrar os laços com a Factory Husqvarna, o sul-africano está de volta à Kawasaki e possivelmente terá Ryan Vilopotto como companheiro de equipe.

Depois da Factory Honda Europe assinar com Gaultier Paulin, tomando o lugar de Max Nagl, o alemão assinou com a Factory Husqvarna para 2015.

Acho que por hoje é só pessoal! Que venha o Motocross das Nações!

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